terça-feira, 29 de janeiro de 2013

[TCPIP] EVOLUÇÃO DE TCP/IP E INTERNET

Em 1966, o Departamento de Defesa do governo americano iniciou, através de sua agência DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency) projetos para a interligação de computadores em centros militares e de pesquisa, com o objectivo de criar um sistema de comunicação e controle distribuído com fins militares. Esta iniciativa teve um factor motivador que fora o surgimento de mini-computadores com grande poder de processamento, que poderiam ser ainda mais enriquecidos com o acesso a uma grande rede de comunicação. Esta rede recebeu o nome de ARPANET. O principal objectivo teórico da ARPANET era formar uma arquitectura de rede sólida e robusta que pudesse sobreviver a uma perda substancial de equipamento e ainda trabalhar com os computadores e ligações de comunicação restantes. Para alcançar este objectivo, o sistema de comunicação deveria suportar diversos tipos de equipamentos distintos, ser dividido em diversos níveis de protocolos distintos para permitir a evolução independente de cada um deles e ser baseado em transferência de pacotes de informação. Durante a década de 70 até 1983, a ARPANET era baseada em IMPs (Interface Message Processors), trabalhando com diversos protocolos, sendo o principal o NCP (Network Control Protocol). O TCP/IP ainda não passava de um projecto e a Internet era formada por máquinas de grande porte e minicomputadores ligados aos IMPs. O roteamento fora dos IMPS não existia, impedindo a ligação de máquinas em rede local que surgiam. Ou seja, para se ligar à ARPANET era necessária a ligação directa a um IMP. Nesta época, os computadores com potencial para se ligar na rede eram de grande porte e em número reduzido. As diferenças de porte desta rede imaginada na época e o que se observa hoje é gigantesco. Um dos projeccionistas dos sistemas de comunicação da ARPANET, referindo-se ao tamanho de um byte para os identificadores das máquinas, afirmou que “256 máquinas é essencialmente infinito”. No começo de 1980, a ARPANET foi dividida em ARPANET e MILNET, separando a porção académica e militar. Nesta época, a ARPA decidiu adoptar o Unix como sistema operativo prioritário para o suporte dos seus projectos de pesquisa (dos quais fazia parte a ARPANET), escolhendo a Universidade da Califórnia - Berkeley como centro de desenvolvimento. A ARPA incentivou a criação nativa do suporte de TCP/IP no Unix. O protocolo TCP/IP começou a ser projectado em 1977 com o objectivo de ser o único protocolo de comunicação da ARPANET. Em 1/1/1983, todas as máquinas da ARPANET passaram a utilizar o TCP/IP como protocolo de comunicação. Isto permitiu o crescimento ordenado da rede, eliminando as restrições dos protocolos anteriores. Em 1986, a NSF (Network Science Foundation) passou a operar o backbone (espinha dorsal) de comunicações com o nome de NSFNet e iniciou a formação de redes regionais interligando os institutos académicos e de pesquisa. Desde 1983 começaram a surgir diversas redes paralelas nos Estados Unidos financiadas por órgãos de fomento à pesquisa como a CSNET (Computer Science Net), HEPNet (High Energy Physics Net) , SPAN (Nasa Space Physics Network) e outras. Estas redes foram integradas no NSFNet e adicionadas a redes de outros países, caracterizando o início de uso do termo Internet em 1988. Em 1993, foram criados os protocolos HTTP e o browser Mosaic, dando início à World Wide Web (WWW). O World Wide Web foi o grande responsável pela crescimento exponencial da Internet, pois permitiu o acesso a informações com conteúdo rico em gráficos e imagens e de forma estruturada. O WWW foi também o grande motivador do uso comercial da Internet, permitindo às empresas disponibilizar informações e vender produtos via Internet. Hoje, quando se menciona TCP/IP, vem imediata a associação com a Internet, ocorrendo de modo idêntico o inverso: a Internet está directamente relacionada à arquitectura TCP/IP.

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